Através de relatos do senhor Nelson Soares, revivendo o passado de São Sebastião da Amoreira.
por ALBA CARLA PERES -
Na área da educação na época sendo de 1º ao 4º ano do primário os professores considerados os segundos pais, eram respeitadíssimos dentro e fora do local de trabalho, exerciam com certa autoridade no exercício de sua profissão, onde em sala de aula um olhar ou um simples psiu do professor era o suficiente para se fazer silêncio total entre os alunos, se necessário tinham total poderes em castigá-los, deixando o infrator de joelhos atrás da porta, e até mesmo em cima de caroço de milho, ou suspenso de sair para o recreio, casos esses que dificilmente aconteciam. Estes respeitos se davam pelo motivo único de interesse e dedicação em aprender, os alunos em geral eram uniformizados com guarda-pó branco e portavam seus materiais escolares em um embornal a tiracolo, junto a esse material transportavam um tinteiro e uma caneta com uma pena metálica na ponta para o uso da escrita a tinta. Não existindo merenda escolar, a maioria dos alunos trazia de casa seu lanche, geralmente composto de arroz, feijão, ovo frito, ou, simplesmente uma mandioca frita, batata cozida ou assada, para completar sua refeição, muito raro uma carne. No final dos quatro anos, geralmente com poucas reprovações, os alunos recebiam seu diploma, já que este era o mais alto nível de instrução de escolaridade existente na localidade. Os pais comentavam orgulhosamente que seus filhos haviam sido se formado.
A cultura da população na década de 1940 e 1950
Na parte de diversão, o local mais frequentado era o baile do Juviliano, a mais ou menos um quilômetro do patrimônio, as margens do Riacho Três Barras. Lá existiam bailes iluminados por lampiões a gasolina e sua animação era formada por um sanfoneiro, um violonista e um tocador de pandeiro. Que de baixo de uma cobertura de lona davam inicio a festança por volta das 21h, sempre com uma lotação total de pessoas dançando a noite inteira com encerramento por volta das 6h da manhã. Para arrecadação de fundos, eram feito leilões de assados para custear as despesas dos bailes.
Por volta da década de 1950, estabeleceu-se um cinema de propriedade do senhor Benedito Teixeira Pinto, onde era exibido seções de filmes 2 a 3 vezes por semana, com lotação total no recinto.
No esporte, sempre predominava o futebol, o jogo de bocha e jogo de maia, que era disputado em plenas ruas e avenidas.
A cultura da juventude da época, em dias de festas as moças desfilavam na avenida, descentemente trajadas com saia ou vestido até o joelho, em agrupamentos de duas ou mais, com os braços entrelaçados, namorando com os olhos os rapazes, sempre vigiadas pelos pais que não consentiam que as filhas ficassem fora de casa até altas horas, se não fossem companhia das mães ou alguém de muita confiança. Quando um rapaz gostava de uma moça, pedia permissão para acompanhá-la em seus passeios pelas ruas, onde muitas moças pediam para mudar o trajeto, sendo que seu pai se encontrava naquela direção e com muita paciência, a moça ia conquistando a confiança dos pais para dar prosseguimento ao namoro, que muitas vezes era duradouro, chegando ao noivado e até o casamento.
obs - este artigo foi publicado no jornal tribuna popular - edição de 15/07.
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