O oficial de Justiça Ruy Borba, primeiro a denunciar os supostos casos, os abusos do padre Tadeu Camilo ocorreram entre 2001 e 2002, quando ele era coroinha da Paróquia Nossa Senhora do Amparo, em Rio Branco do Sul.
"Começou com abraços mais carinhosos", conta. Segundo Borba, as investidas do padre aconteciam quando eles estava sozinhos em locais como a sacristia, secretaria e casa paroquial.
"Eu sempre me constrangia de falar deles porque em certo ponto me sentia culpado", afirma.
Além de denunciar o caso à igreja e ao MP-PR, ele também publicou a história em uma rede social. "Se eu não revelasse, ninguém ficaria sabendo. Daí optei por isso pra tentar encorajar", diz.
Quando a denúncia se tornou pública, no fim do ano passado, o padre estava em Colombo, também na Região de Curitiba.
Por determinação da Arquidiocese de Curitiba ele foi afastado da paróquia e não pode mais exercer funções religiosas.
A arquidiocese também abriu uma investigação e encaminhou o processo ao Vaticano, que vai esperar decisão da Justiça. Se for considerado culpado, o padre será demitido pelo Papa.
O promotor Francisco de Carvalho Neto afirma que depois da denúncia de Ruy apareceram outras supostas vítimas do padre Tadeu, que vai ser ouvido na semana que vem.
"Ele vai ser investigado ou processado por esses crimes segundo a legislação da época, que prevê o crime de atentado violento ao pudor, que tem pena de 6 a 10 anos", explica.
O padre foi ordenado em 1998 e passou por pelo menos sete cidades do estado. A reportagem não conseguiu contato com a defesa dele.
DO g1.globo.com