Algumas pessoas não conseguem desgrudar dos aparelhos nem na hora de descansar. E alguns especialistas consideram que esse comportamento já virou vício.
Nesta quinta-feira (4), em São Paulo, fez um dia perfeito para aproveitar no parque. Mexendo no celular?
Na verdade, nós queríamos deixar o celular no carro, mas não consegue. Então vai andando e vai...”, assume Eliane Coates, gerente negócios internacionais.
Até uma criança consciente concorda que o celular tem suas utilidades. Mas quando a gente vê um casal caminhando junto, e os dois no celular sem se falar de verdade é estranho, não é não?
Homem: Estamos trocando foto, só.
Jornal Nacional: Com outras pessoas?
Homem: Não, com a gente mesmo!
Celular na mão de 68 milhões de pessoas
Ele atrapalha o passeio de quem tem que parar de andar de patins, de bicicleta para atender.
“Para ligar para o meu marido, que está aqui com a minha filha”, explica uma mulher.
Quem diria, hein?! De novo a lição vem de um filho consciente.
“Na verdade, acho que o parque é só para ficar longe disso mesmo.”, diz João Vítor, filho da mulher.
E você acredita que uns metros para frente, a equipe do Jornal Nacional encontrou o pai do João Vitor com a bicicleta em movimento, adivinha fazendo o quê?
Pai do João Vítor: Ela me ligou, eu fiquei preocupado de ser alguma coisa urgente e atendi o telefone.
Jornal Nacional: E andando na bicicleta?
Pai: Andando na bicicleta. Tá errado, tinha que parar.
Tratamento para voltar a vida real
Todos esses comportamentos mostrados na reportagem são tão comuns porque hoje no Brasil tem 68 milhões de pessoas com um celular na mão usando a internet. Quer dizer, a gente faz isso quando está em casa, quando vai comer alguma coisa em algum lugar. A gente faz isso quando está no trabalho, a gente faz isso demais, né!?
“Todo comportamento que você tende a repetir com uma certa intensidade, ele inevitavelmente vai produzir a liberação da dopamina, que é um neurotransmissor que ele produz a sensação de prazer, de euforia. Então, em um determinado momento, quando esse indivíduo começa a usar uma, duas, três, quatro, ele começa a ficar tão conectado que ele, do ponto de vista cerebral, começa a apresentar a necessidade de voltar a se conectar de novo para ter aquele prazer”, diz Cristiano Nabuco, psicólogo do HC.
Vira vício. E se você tem arrepios só de olhar para o símbolo de proibido o uso de celulares, pode tentar voltar para a vida real em um tratamento de choque.
“A meditação vai na raiz, ela vai limpar a ansiedade, e aí, sim, você vai ter uma percepção, uma visão melhor do que esse aparelho vai estar influenciando na sua vida. Então, a gente tendo uma visão mais clara, aí sim a qualidade de vida aumenta, e a gente consegue viver a vida plenamente.”, diz Flávia Miranda Batista, professora da meditação transcendental.
do Jornal Nacional
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