A enfermeira Renata Oliveira Fernandes administra um posto de combustível em Santa Cecília do Pavão (Norte Pioneiro). Desde que assumiu o negócio da família, há sete anos, ela tenta imprimir o seu estilo na organização dos processos da empresa. Para impor respeito e conquistar seu espaço em um ambiente predominantemente masculino, estudou muito sobre gestão e construiu uma relação de confiança com os funcionários, abrindo a eles espaço para a troca de ideias.
Quando começou a pandemia de coronavírus, a segurança que tinha na administração da empresa foi abalada. “Eu me desesperei porque já tinha passado pela greve dos caminhoneiros, em 2018, quando achei que iria quebrar”, contou Fernandes. A insegurança deu lugar ao planejamento. A empresária tinha em mente que era preciso fazer os negócios continuarem prosperando para evitar as demissões. “Me planejei para a crise porque envolvia mais de 30 famílias.”
Para compensar a queda brusca nas vendas de combustíveis, Fernandes decidiu enxugar custos e apostou em outras frentes, engajando a equipe nas ações planejadas para manter o faturamento. Mas ela sentiu necessidade de ir além. "Vi que precisava mostrar o meu valor para o meu cliente e mostrar que eu estava no mesmo barco. E os funcionários entenderam que precisariam trazer as pessoas para dentro da empresa. Então, a gente passou a oferecer serviços voltados à manutenção dos veículos que ficariam mais tempo parados na garagem e transformamos o posto em um ponto de apoio dos caminhoneiros, que não pararam de trabalhar. Também trabalhei em cima da responsabilidade social e da sustentabilidade”, contou a empresária.
Ela encontrou nas redes sociais uma excelente forma de divulgação das ações da empresa e de fortalecimento do vínculo com a sociedade. “Comecei a postar nas redes sociais e as pessoas foram curtindo e compartilhando. Os clientes não deixaram de vir.”
Com a redução das despesas, os custos mensais baixaram de R$ 48 mil para R$ 33 mil e ainda há o que cortar. A pandemia não acabou, mas o medo da crise ficou para trás. “Descobri que tenho o poder de negociação, fui procurar recursos do governo e consegui financiamentos com juros muito baixos que estão sendo usados para investimentos na melhoria da nossa infraestrutura”, comentou Fernandes, contrariando a pesquisa do Sebrae, segundo a qual as mulheres se mostram mais avessas do que os homens a contrair empréstimos bancários durante a pandemia. Enquanto 54% dos empresários buscaram crédito, 55% das empreendedoras não recorreram aos financiamentos.
“Esse é o diferencial de ter uma mulher no comando da empresa. A parte organizacional, a revisão dos processos, a questão da empatia”, enumera a empresária. As ações planejadas por ela deram tão certo que mesmo atuando em um setor bastante afetado pela crise, um funcionário foi contratado e uma colaboradora, promovida.
FONTE: www.folhadelondrina.com.br
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