Esporte NOTÍCIAS

domingo, 14 de junho de 2015

MP investiga desvios em assembleias legislativas de todo o país

Deputados estaduais de vários estados foram flagrados metendo a mão no dinheiro público. Eles são suspeitos de contratar serviços que não são feitos e de manter funcionários fantasmas para embolsar os salários.
No Amapá, um empresário fez acordo de delação premiada com o Ministério Público. Denunciou esquema que desviou R$ 1 milhão em contratos de consultoria e prestação de serviços com a Assembleia Legislativa. “Eu ia realizar o serviço e ia ganhar em torno da metade do recurso sobre isso. Ia tirar o imposto e ia dividir os valores”, afirmou.
O Ministério Público investiga desvios que podem chegar a R$ 50 milhões. O presidente da Assembleia responde a mais de 40 processos por fraudes. Os deputados chegam a ter mais de 70 assessores, e nem todos trabalham. “Nunca entrei na assembleia. Era nomeado como assessor político e nunca peguei em um papel”, diz um suposto assessor.
São fraudes que se espalham pelo país. Na periferia de Maceió, duas irmãs nem sabiam que estavam na folha de pagamento de Assembleia ganhando R$ 12 mil por mês. “Nunca trabalhei na Assembleia Legislativa, não sei nem onde é. A única coisa que a gente faz é lavar roupa”, conta.
Juntos, os fantasmas da Assembleia de Alagoas receberam mais de R$ 15 milhões em três anos. “Pessoas humildes foram utilizadas para serem colocadas na folha de salários da Assembleia Legislativa e receberem esses pagamentos. Algumas conheciam, sabiam da irregularidade, outras desconheciam essa irregularidade”, afirma o representante da Controladoria-Geral da União em Alagoas, José William da Silva.
Em quatro estados, as despesas com pagamento de assessores nas assembleias são maiores que na Câmara dos Deputados. Em Goiás, nem todos trabalham. Segundo o Ministério Público, caso de um padre e de uma manicure, que saiu correndo ao ser procurada para dar explicações.
No Rio Grande do Sul, um esquema de funcionários fantasmas foi denunciado pelo ex-chefe de gabinete do deputado Doutor Baségio, do PDT. Ele diz que assessores, muitos sem trabalhar, revolviam os salários ao deputado, como mostra um vídeo.
Outra fonte de desvios é a chamada verba indenizatória. No Rio Grande do Sul, os 55 deputados receberam mais de R$ 4,5 milhões para rodar mais de oito milhões de quilômetros, o equivalente a 10 viagens de ida e volta até a lua. Parte do valor a ser pago aos deputados é controlado pelo medidor de quilometragem dos carros.
O ex-chefe de gabinete conta que o marcador de vários carros é fraudado em oficinas mecânicas. “Levei o carro para fazer a adulteração no mínimo umas seis, sete vezes. Então, você joga para cima essa quilometragem”, afirma.
Na oficina especializada, ele mostra como a fraude acontece. Em minutos, a quilometragem do carro é aumentada em cinco mil quilômetros. “Isso é uma vergonha. E quem cometeu esse tipo de crime, sendo comprovado, tem que pagar por isso”, afirma o presidente da Assembleia, Edson Brum.
Um porta voz do deputado Moisés Souza, presidente da Assembleia Legislativa do Amapá, disse que é tudo perseguição do Ministério Público e negou as acusações.
O deputado Diógenes Baségio, do Rio Grande do Sul, nega o esquema de fantasmas e disse que nunca exigiu dinheiro de assessores.
do Bom Dia Brasil

Nenhum comentário:

AS 10 + TOCADAS na LÍDER FM